Estou sozinho dentro de mim,
A pensar,
A reflectir tudo o que já perdi,
E o que ainda não aconteceu.
Penso e repenso em tudo,
Sinto e recito tudo,
Penso em tudo que nada significa.
Nada disto significa.
Mas para mim é tudo
Fundo entro em mim,
E perco-me
Reservo-me em desencontros de alma
Encharco-me de pensamentos imprudentes,
De incongruências de uma alma,
Que não consegue falar,
Então escreve,
Rescreve.
Faço mentiras em verdades,
Encontro a bondade de todas as minhas maldades,
Refaço-me não fazendo nada,
E chego ao ponto de partida que é o meu de chegada.
Desisto mas insisti em não desistir,
Assim sou incompleto,
Deserto que me ocupa numa quase totalidade.
Concluo que sou sortudo,
Que morto se pode gabar de viver?
Eu posso,
Eu vivo,
Eu sonho.
Eu morro por sonhar,
Mas a verdade é que moro em todos os meus sonhos.