Desembarque - parte II

Morte aqueles que morto me deixaram.

Fogo aqueles da carnificina que cheiraram.

Podre são os corações dos sonhadores,

Podre são as palavras,

Verdadeira é a dor.


Morte aqueles que me incumbiram de sonhar.

Morram todos eles,

Aqueles que eu quero matar.


Desapareçam todos com tudo,

E toda a destruição que causaram.

Para mim hoje é tarde,

Mas foi a única tarde que tenho como verdadeira.


Eu vi a conspurcação,

A podridão de não sentir,

De não sofrer.

Sofro eu ser ignóbil,

Sofre aquele que não quis morrer.

Desembarque - parte I

Hoje o dia morreu,

Levando-me junto com ele.

Nos seus meandros entrelaçou-me,

Para depois me matar.


Nos seus ângulos mortos eu não vi,

Sucumbi por achar saber,

Nada soube.


Ilusões tornam em frustrações,

Que me arrastam e não me deixam levantar.

Hoje não arranjo um sentido,

São os demónios que quero expiar.


Fantasmas recentes que me corroem,

E me fazem tremer.

Hoje não quero acordar,

Somente desvanecer.