Na expectativa do teu sorrir

O céu às vezes parece querer não sorrir,
O sol teima em preferir nem sempre brilhar.
Quando a lua se enche a meio,
E a chuva queima

Quando o chão se abre,
Se fenda entre nós.
Quando gostar não chega,
Quando querer pode não dar.

Sempre o risco,
Que risca destinos,
Traça caminhos.
Não quero apagar.

Não me quero apagar,
Quero o brilho das tuas estrelas,
O sorriso do teu sol,
Quero entrar em ti.

Sangrento olhar

Flecha,
Sangue,
Dor,
Morte das sensações.


Despertar de todas as emoções,
Soterradas no inferno.
Ilusões,
Desesperos amontoados,
Em tornados de quimeras.

Tenho tempo mas o tempo não tem ninguém

O tempo voa,
Esvoaça,
Trapaça,
Ecoa os anos que passaram e não voltarão,
Afugentam luz,
Trazem solidão.


Incomensurável sensação do que não passará,
Passou,
Morreu no tempo,
A tempo de desaparecer.

Espera bom tempo,
Espera um dia o sol aparecer.

Sente o vento a bater com outra intensidade,
Cheira a realidade,
Maldade que o tempo não quis desaparecer.

Sou filho deste meu tempo,
Que me subjuga,
Que não se vê e se sente.
Sou permanente volta a trás,
Num caminho sempre em frente.